Uma lição de vida e superação
APÓS FICAR PARAPLÉGICO, MILITAR SUPEROU SEUS LIMITES PARA VENCER O PRECONCEITO
O
fuzileiro naval Oscar Lucas Tiago Filho era um apaixonado pela vida militar. Esportista nato e com um físico avantajado, sagrou-se tricampeão brasileiro, tri militar e seis vezes campeão estadual de judô, competindo inclusive no exterior. Lucas, como é conhecido, costumava fazer todos os cursos oferecidos pela Marinha, inclusive o de pára-quedismo, que lhe proporcionou saltar uma dezena de vezes. Mas um grave acidente de carro em 1976 quase o levou à morte e o deixou paraplégico. Ao invés de maldizer a vida e se conformar com sua deficiência, Lucas enfrentou preconceitos, superou seus próprios limites e hoje é um exemplo de força de vontade e determinação.
 LUCAS, COM NATÁLIA E GRAÇA: “A FAMÍLIA FOI IMPORTANTE NOS MOMENTOS MAIS DIFÍCEIS |
Após ficar 18 dias em coma no Hospital Central da Marinha e ter que operar os rins e a bexiga, Lucas sentiu a necessidade de continuar vivendo da melhor maneira possível. Foi quando decidiu dar um rumo em sua vida ali mesmo.
– Com ajuda dos enfermeiros, montei uma armação com tubos em volta da cama e me exercitava todos os dias – recorda, lembrando ainda que a fibra de seu pai foi decisiva para mantê-lo vivo. “Os médicos analisaram meu quadro clínico e chegaram a perguntar para ele se eu era doador de órgãos, pois já esperavam pelo pior. Meu pai só pedia para eles aguardarem um pouco mais”.
Vendo que podia levar uma vida quase normal, Lucas decidiu voltar a praticar esportes e começou a jogar basquete para deficientes na Associação Atlética do Banco do Brasil. “Sempre procurei fazer o melhor possível em tudo e, com o tempo, fui adquirindo confiança para superar as tarefas mais difíceis” – revela Lucas, que orgulha-se de ter sido o primeiro paraplégico a participar de uma corrida de rua e de uma maratona, além de trocar sozinho um pneu de carro e a colocar e retirar uma cadeira de rodas de um veículo.
Seu currículo dentro e fora do esporte continuou crescendo mesmo após o acidente, contabilizando 43 maratonas internacionais, três condecorações nacionais e o Mérito Tamandaré, a maior homenagem que um marinheiro pode receber.
Atualmente, Lucas, com 52 anos, trabalha 10 horas por dia numa empresa de confecção de artigos militares na Base de Fuzileiros Navais, no Bananal, viaja dirigindo seu próprio carro – adaptado para paraplégicos – e costuma sempre passear com a esposa Graça e a filha Natália nos finais de semana, almoçando algumas vezes no Restaurante Piovesan, no Iate, onde é sócio. Lucas ainda encontra tempo e disposição para participar do movimento “Encontro de Casais”, da Paróquia São José Operário, no Jardim Guanabara.
– O segredo é a estabilidade pessoal. A família é muito importante nesses momentos. Procuro ser o mais auto-suficiente possível para não incomodar os outros. Enquanto Deus me der força, vou continuar vivendo da melhor maneira possível – conclui.
Fonte: http://www.jornalgolfinho.com.br/09-05/materias/para.htm
Fotos coloridas enviadas por Elisa Ramos <elisaramosphotos@yahoo.com.br>
Oscar Tiago Lucas , foi recruta comigo em 1972 na Ilha da Marambaia no Rio de Janeiro. Juroa bandeira, ele foi para o Comando Geral do CFN e eu fui para ao Batalhão Humaitá em 1976, quando ele sofreu o acidente, eu estava servindo em São Pedro da Aldeia.
Muito bom amigo. Guerreiro e brincalhão.
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